O Colégio Pedro II emitiu a Portaria Nº 2449, no dia 14 de setembro, que acaba com a distinção de uniformes masculino e feminino. Anteriormente, as meninas deveriam usar saia azul marinho e camisa branca com viés azul marinho e os meninos, calça de brim e camisa totalmente branca. Agora, os alunos poderão escolher com qual modelo de uniforme se identificam mais, incluindo o uso de saia para meninos.
Tal medida foi amplamente divulgada pela mídia e o Colégio está sofrendo inúmeras críticas nas redes sociais e sites. Alguns responsáveis pelos alunos estão organizando um abaixo assinado para revogar a portaria, pois alegam que a aprovação da medida rompe com a tradição do colégio.
“Não se trata de fazer ou não distinção de gênero. Trata-se de cumprir resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT (órgão ligado ao Ministério da Justiça). Eu apenas descrevo as opções de uniforme; deixo propositalmente em aberto, para o uso de acordo com a identidade de gênero”, afirmou o reitor Oscar Halac. Em nota de esclarecimento disponibilizada no site da escola, a instituição ainda afirma que não está determinando o uniforme a ser usado por cada aluno, mas apenas possibilitando que os estudantes optem pelo modelo que corresponda a sua vontade.
O reitor ainda afirma que apesar desta ser uma medida inclusiva, acredita que a maioria dos alunos continuará a utilizar o mesmo modelo de uniforme, pois fora da escola estariam sujeitos à violência homofóbica ''Aqui dentro eles estão seguros. Lá fora, ainda não.” afirma Oscar Halac.
De acordo com Natália, é importante ressaltar que trabalhar com a questão do gênero nas escolas, não se trata de uma ideologia, mas um campo de estudos que busca entender as construções sociais relacionadas a expectativas de comportamento a partir do sexo biológico.'' Debater gênero em sala de aula é fundamental para uma educação que se norteia pelos princípios dos direitos humanos, construindo uma sociedade capaz de respeitar e conviver com a alteridade, através de uma prática dialógica.'' destaca a professora.
''O Colégio Pedro II está no caminho certo, boa parte do seu corpo administrativo, técnico e docentes é sensível às demandas estudantis, o que acarretará em uma escola cada vez mais inclusiva.'' otimiza Natália.
Por Vitória Torres
Tal medida foi amplamente divulgada pela mídia e o Colégio está sofrendo inúmeras críticas nas redes sociais e sites. Alguns responsáveis pelos alunos estão organizando um abaixo assinado para revogar a portaria, pois alegam que a aprovação da medida rompe com a tradição do colégio.
“Não se trata de fazer ou não distinção de gênero. Trata-se de cumprir resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT (órgão ligado ao Ministério da Justiça). Eu apenas descrevo as opções de uniforme; deixo propositalmente em aberto, para o uso de acordo com a identidade de gênero”, afirmou o reitor Oscar Halac. Em nota de esclarecimento disponibilizada no site da escola, a instituição ainda afirma que não está determinando o uniforme a ser usado por cada aluno, mas apenas possibilitando que os estudantes optem pelo modelo que corresponda a sua vontade.
O reitor ainda afirma que apesar desta ser uma medida inclusiva, acredita que a maioria dos alunos continuará a utilizar o mesmo modelo de uniforme, pois fora da escola estariam sujeitos à violência homofóbica ''Aqui dentro eles estão seguros. Lá fora, ainda não.” afirma Oscar Halac.
Muros do campus São Cristovão I são pichados com ofensas
No dia 23 de setembro, atos de intolerância ficaram evidentes nos muros de uma das unidades do Colégio Pedro II. Pichações com comentários homofóbicos apareceram pela manhã. ''Essas manifestações são reflexo de uma parte da sociedade que é intolerante à alteridade e, por isso, cheia de medos que se manifestam em demonstrações de ódio.'' afirma a professora de sociologia Natália Braga do campus Niterói.De acordo com Natália, é importante ressaltar que trabalhar com a questão do gênero nas escolas, não se trata de uma ideologia, mas um campo de estudos que busca entender as construções sociais relacionadas a expectativas de comportamento a partir do sexo biológico.'' Debater gênero em sala de aula é fundamental para uma educação que se norteia pelos princípios dos direitos humanos, construindo uma sociedade capaz de respeitar e conviver com a alteridade, através de uma prática dialógica.'' destaca a professora.
Histórico de luta estudantil
O movimento estudantil foi fundamental na luta contra a divisão binária do uniforme escolar. É importante destacar que essa não é uma demanda nova do corpo discente: em 2014, os estudantes já haviam organizado um ''saiato'', manifestação em apoio a um estudante de identidade não-binária.''O Colégio Pedro II está no caminho certo, boa parte do seu corpo administrativo, técnico e docentes é sensível às demandas estudantis, o que acarretará em uma escola cada vez mais inclusiva.'' otimiza Natália.
Por Vitória Torres
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